Perguntas e mais perguntas

Matheus Pires Cardoso
2 min readSep 12, 2021

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Por acaso decidi reler Fahrenheit 451. Esse masterpiece do Bradbury me cativa muito além do fato de ser uma distopia quase profética. O início do romace nos deparamos com estranha sensação do protagonista em sentir prazer em “queimar”. Montag que é bombeiro e responsável por destruir qualquer resquício da história, e pra ser mais direto, responsável por queimar livros; nos é apresentado descrevendo o quão prazeroso era para ele queimar livros. Mas não é esse o ponto que quero chamar atenção, mas sim a breve conversa que Guy Montag tem com “louca” vizinha Clarice McClellan. A garota caminhava sem motivo algum até se encontrarem e após perguntar se poderia acompanhá-lo faz a ele perguntas que desencadearam todos os seus atos subsequentes. Mas a pergunta que mais o indignou foi muito simples e curta: “Você é feliz?”. Pareceu ao primeiro momento bobo e até ofensivo a Montag que pensou nela até chegar em casa. Lendo esse início e sabendo de tudo que virá em seguida me vi refletindo sobre como pequenos momentos de reflexão mudam rumo das nossas decisões. Às vezes devemos nos fazer está pergunta e parar a vida frenética que temos e refletir. Somos felizes? Em meio a todo o caos que vivemos ainda conseguimos ter “momentos felizes”? Guy vivia em um transe hipnótico seguindo a vida do jeito que era, sem questionar, sem expectativas e sem qualquer interesse pelas pequenas coisas. Concentrando, desse modo, no prazer em destruir tentando tirar daí algo que o fizesse sentir algo. Do mesmo modo podemos viver nesse transe. Andando, repetindo e o tempo passando. Mas será que vamos acordar desse transe, devemos nos fazer aquelas perguntas que nos perturbam e nos fazem refletir. Porque às vezes o que as nossas vidas precisam é só de um momento de reflexão para desencadear toda uma aventura.

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